quarta-feira, 6 de maio de 2015

Pode me chamar de Artista

Como sempre digo e repito nasci artista e deste carma ou benção (decida você) a gente não se livra. Não se acorda um dia e decide: não sou mais. Você pode reprimir um artista, privá-lo do exercício de sua função de um dom divino para sua obrigação de fazer números financeiros. Se um dia você pudesse ver o mundo através dos olhos de uma artista...



E você pode! Arte é esse meio de expressar e questionar, tanto esse meu "Eu" atordoado, quanto esse seu "Eu" que você me mostra sendo tão seu e de certa forma reflexo de mim, de como me comporto, me conduzo, me transformo. Seja o fazer artístico uma forma de respirar ou de entreter, mas nunca educar. Confrontar, questionar, desconstruir.

Na verdade comecei essa reflexão ao pensar em qual seria a realização do artista. Fama? Sou a favor do reconhecimento. Reconhecer um nome, um rosto, uma expressão, uma assinatura. Talvez sua história de vida seja inspiradora, mas que sua obra seja tão grande quanto o seu ego. Acredito que uma plateia lotada tenha muito valor, mas aquele um que sentiu a brisa do vento ao contemplar aquela fotografia, que ouviu nas entrelinhas o dizer do ator, que se transformou em cores ao ver aquele quadro, que ouviu o pulsar do seu próprio coração ao ouvir aquela música... Esse Um esteve por instantes entre o céu e a Terra, num momento tão mundano e tão divino no qual intensificamos e o descrevemos no exercício dessas quatro letras: ARTE.

Você leu isso e esteve na minha cabeça agora, em pensamentos meus de um momento certo e distinto. EU ausente e tão longe, você aqui com os olhos em mim a findar meu texto. 

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